Após o entusiasmo inicial de algumas marcas e a cautela de outras, a indústria da moda está agora a virar-se para o metaverso, especialmente para aplicações tangíveis e sustentáveis.
A utilização do metaverso nas empresas de moda continua a evoluir, embora com um entusiasmo mais subtil do que nos seus primeiros anos. Várias marcas integraram-no como uma extensão da sua estratégia digital. No entanto, também enfrentam desafios e reavaliações da sua abordagem inicial.
O tópico tem vários aspetos que iremos rever a seguir.
Desfiles e eventos virtuais. Marcas como Dolce & Gabbana, Gucci e Tommy Hilfiger participaram em iniciativas como a Metaverse Fashion Week. Em 2025 foi comemorado de 20 a 24 de novembro. Estiveram também presentes em plataformas como a Decentraland. Em geral, permitem aos consumidores assistir a desfiles de moda, comprar roupas digitais e personalizar os seus avatares.
NFTs e moda digital. Os NFT estabeleceram-se como uma ponte entre a exclusividade do luxo e o metaverso, oferecendo coleções digitais que geram rendimentos e novas experiências para os consumidores. No entanto, a sua popularidade é um pouco limitada pela saturação inicial do mercado e pela volatilidade dos valores das criptomoedas.
Sustentabilidade e personalização. O metaverso oferece uma forma mais sustentável de consumir moda, evitando a produção física e permitindo elevados níveis de personalização em peças de vestuário e acessórios virtuais.
Obstáculos e desafios para o metaverso
Expectativas inflacionadas. Algumas empresas e figuras da indústria, como Bernard Arnault, presidente do grupo LVMH, há muito que expressam o seu ceticismo sobre o potencial do metaverso. O conglomerado de luxo destacou a necessidade de aplicações tangíveis e sustentáveis que se conectem com os valores da indústria.
Impacto ambiental. Embora a moda digital elimine o desperdício físico, a infraestrutura tecnológica por detrás do metaverso gera uma pegada de carbono significativa. Esta é uma preocupação para as marcas comprometidas com a sustentabilidade.

Perspetivas futuras. Embora o entusiasmo inicial tenha diminuído, muitas marcas continuam a investir em tecnologia relacionada com o metaverso. Estima-se que, até 2030, estes investimentos poderão representar até 3,5% do volume de negócios das empresas de moda. Concentrar-se-iam em experiências híbridas que combinam o físico e o digital.
Em suma, embora a utilização do metaverso na moda tenha passado por uma fase de adaptação, continua a ser uma ferramenta fundamental para a inovação. Agora, procura-se uma abordagem mais realista, visando aplicações específicas e sustentáveis.